O que é anorgasmia?
A anorgasmia é a ausência ou dificuldade em alcançar o orgasmo mesmo com a estimulação adequada e a excitação, seja através de penetração ou masturbação. É uma das disfunções sexuais mais comuns em conjunto com a falta de desejo. Apesar de serem muitas vezes confundidas, essas disfunções são diferentes. A falta de desejo, chamada de distúrbio de excitação sexual, é marcada pela incapacidade de sentir e manter a excitação. Já na anorgasmia, existe o desejo e a excitação, porém, não se consegue chegar ao clímax do prazer sexual.
O simples fato de não ter um orgasmo não configura, necessariamente, um quadro de anorgasmia, já que em alguns casos a dificuldade, ausência ou inibição do orgasmo se dá pela falta de estimulação sexual, e não por uma real desordem. Isso porque cada mulher, em cada situação, pode necessitar de graus diferentes de estimulação para chegar ao orgasmo, o que é natural. O problema está em quando se torna difícil alcançar (ou não se alcança) o clímax depois de uma ampla estimulação, e isso acaba por ser uma realidade recorrente.
Trata-se de uma disfunção sexual que atinge mulheres de todas as idades e pelo menos metade da população feminina pode ter anorgasmia. No entanto, o tema ainda é tabu e acaba por impedir que muitas mulheres recebam o devido tratamento e passem a desfrutar de uma vida sexual plena. Outro obstáculo enfrentado é a autoaceitação, ou seja, não ter orgasmo acaba por se tornar tão natural na vida da mulher que ela aceita essa situação como normal e única realidade, mesmo não se sentindo sexualmente realizada.
A anorgasmia feminina pode ser a mais comum, mas essa disfunção sexual não atinge exclusivamente as mulheres. Segundo os especialistas, estima-se que apenas 25% dos homens de até 50 anos chegue ao orgasmo regularmente. Além de impedir a plena satisfação sexual, a anorgasmia acaba por gerar frustração na própria pessoa, no/a parceiro/a ou em ambos e, consequentemente, afeta de forma negativa os relacionamentos. Daí a importância de identificar o problema e tratá-lo adequadamente.
Quais são as causas da anorgasmia?
As causas da anorgasmia são de ordem física, hormonal, neurológica e, principalmente, psicológica:
- hipotiroidismo
- cirurgias que alteram o correto funcionamento dos genitais
- outras disfunções sexuais, como vaginismo
- uso de medicamentos
- alcoolismo (reduz a capacidade de alcançar o clímax)
- tabagismo (limita o fluxo sanguíneo nos órgão sexuais)
- mudanças decorrentes do processo de envelhecimento natural
- diminuição dos níveis de estrógeno e testosterona
- perturbações psicológicas, como ansiedade, stress e depressão
Considerando ainda os fatores psicológicos, a raiz da anorgasmia pode ser um abuso sexual ou emocional, baixa autoestima e traumas não tratados. Além dessas causas, está também o fator sociocultural. Muitas pessoas não chegam ao orgasmo por sentir culpa ao desfrutar do sexo, por medos, alta expectativa, pela repressão em relação ao tema, por considerá-lo um tabu e vergonhoso ou, ainda, por não conhecer o próprio corpo.
Outro ponto que deve ser considerado como uma possível causa da anorgasmia é a conexão de casal. Problemas no relacionamento, como falta de comunicação e de um diálogo aberto sobre preferências sexuais, conflitos sem resolver, infidelidade e falta de confiança, podem afetar a qualidade do sexo e dificultar a satisfação sexual.
Reconhecer a existência da disfunção sexual e identificar a sua causa são os primeiros passos para o tratamento da anorgasmia.
Quais são os sintomas da anorgasmia?
Os sintomas da anorgasmia são a dificuldade de ter orgasmo ou a inexistência completa dele, seja de forma frequente ou persistente, após a correta estimulação sexual. Não conseguir chegar ao clímax do prazer ou, se ele acontece de forma muito tardia, seja durante uma relação sexual ou por meio da masturbação, pode ser um sinal da anorgasmia.
No caso da anorgasmia masculina, a ausência da ejaculação também pode ser um indício da disfunção. Apesar de nem sempre o orgasmo ser acompanhado da ejaculação, ela é o principal marcador do orgasmo masculino.
Durante a excitação sexual, acontecem diferentes alterações no corpo, como o aumento da vascularização nos genitais. Quando não se consegue chegar ao orgasmo e, consequentemente, ao relaxamento dessa zona, há uma sensação desagradável e até dolorosa, marcando outro sintoma da anorgasmia.
Quais são os tipos de anorgasmia?
Os tipos de anorgasmia são classificados como primário, secundário, situacional e generalizado:
- anorgasmia primária: quando a pessoa nunca atingiu o orgasmo e nem teve a experiência de sentir o clímax sexual, seja através do sexo ou masturbação
- anorgasmia secundária: quando a pessoa já experimentou o orgasmo, uma ou mais vezes, em sua vida, mas a partir de certo momento deixou de atingi-lo
- anorgasmia situacional: quando a pessoa somente consegue ter orgasmo em certas situações, circunstâncias ou com determinados parceiros/as
- anorgasmia generalizada: quando a pessoa não consegue ter orgasmo, independente da situação, parceiro/a ou da qualidade e do tipo de estimulação
Identificar o tipo de anorgasmia é parte fundamental para entender as causas da disfunção e receber o correto tratamento. É uma disfunção sexual mais comum do que se imagina e pode ser superada.
Quais são as consequências da anorgasmia?
As consequências da anorgasmia são, sobretudo psicológicas. A frustração por não conseguir chegar ao orgasmo pode causar baixa autoestima, ansiedade, depressão, entre outros problemas. Também pode gerar inibição ou evitação ao sexo, por uma preocupação excessiva em alcançar a satisfação sexual ou em atingir as expectativas do parceiro/a. Em muitos casos, leva ainda à perda de desejo e desinteresse pelo sexo.
A anorgasmia pode ter consequências negativas na relação de casal, como sentimento de culpa e insatisfação, que são agravados quando não de tem um diálogo franco e aberto sobre a existência do problema e não há um comprometimento em trabalhar essa questão.
É importante buscar ajuda diante dos primeiros sinais para que anorgasmia possa ser superada e então minimizados seus prejuízos para a qualidade de vida. O primeiro passo é descartar a origem fisiológica da disfunção, ou seja, se há alguma alteração hormonal ou algum problema de saúde que esteja impactando. Se a anorgasmia tem aí sua raiz, o médico especializado indicará o tratamento mais adequado, podendo ser reposição hormonal, controle da enfermidade (no caso da diabetes, por exemplo) ou troca de medicamentos. Um acompanhamento psicológico em conjunto é de grande ajuda para lidar com as consequências da anorgasmia e retomar o controlo da sua vida.
No entanto, se a causa física for descartada, é recomendável uma avaliação psicológica para, então, detetar as raízes emocionais da anorgasmia e iniciar uma terapia sexual. Esse processo é fundamental para aumentar a autoestima, trabalhar visões distorcidas com a autoimagem e ainda romper crenças negativas que limitam a sua autoconfiança. Em paralelo, trabalham-se questões relacionadas à sexualidade e mudança de paradigmas, com o objetivo de que a pessoa se sinta confortável com seus desejos e necessidades. Conhecer o próprio corpo e descobrir o que te realiza sexualmente também é essencial nesse processo de superação.
Quem pode ajudar-te?
Um psicólogo especializado em sexualidade ajudará a identificar as causas da anorgasmia e a superá-la. O tratamento pode necessitar ainda do acompanhamento de outros profissionais, como ginecologista e fisioterapeuta, dependendo de cada caso. Lidar com essa disfunção sexual envolve persistência e comprometimento, já que é necessário trabalhar tabus e investigar as raízes do problema, no entanto, trará diversos benefícios para a tua qualidade de vida.
Se tua vida sexual não é satisfatória e afeta o teu bem-estar emocional, não deixe buscar apoio psicológico. No nosso site encontrarás diversos profissionais especializados para ajudar-te com o tratamento mais adequado.
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