O que é a Bulimia?
A Bulimia é uma perturbação alimentar caracterizada por episódios de ingestão compulsiva de grandes quantidades de alimentos seguidos por um comportamento de compensação que pode ter diferentes formas (vómitos, ingestão de laxantes e prática exagerada de exercício, entre outros) de forma a evitar o aumento de peso. Apesar das pessoas com bulimia terem medo de ganhar peso, nem sempre têm um peso abaixo da média.
Para se poder considerar bulimia, estes episódios de ingestão compulsiva deverão ocorrer pelo menos duas vezes por semana e durante três meses seguidos, sendo acompanhados de uma intensa sensação de culpa e seguidos dos ditos comportamentos de compensação.
Quais são as causas da bulimia?
Existem vários fatores que podem estar na génese desta perturbação, sendo que estes são, geralmente, de ordem social e psicológica. Questões sociais relacionadas com modelos corporais e imagens idealizadas, bem como pressões familiares, podem levar ao desenvolvimento de bulimia quando conjugadas com outros factores de ordem psicológica como quadros de depressão, baixa autoestima e ansiedade.
É um transtorno que afeta maioritariamente as mulheres, sendo que a sua prevalência neste público é de cerca de 90% da totalidade dos casos. É mais incidente em pessoas cujas atividades se relacionam com a valorização da imagem corporal.
Quais os sintomas da bulimia?
Os sintomas de bulimia podem frequentemente passar despercebidos às pessoas que convivem com quem sofre desta perturbação, especialmente nas fases iniciais do transtorno porque quer os episódios de ingestão, quer os de compensação são, geralmente, feitos às escondidas (acompanhados por um sentimento de culpa). Por outro lado, as pessoas que sofrem de bulimia têm frequentemente um peso normal ou até excesso de peso, o que torna mais difícil a sua deteção.
Além dos episódios de ingestão compulsiva e respetiva compensação com indução de vómito, ingestão de laxantes e atividade física exagerada, existem outros sintomas que, geralmente, se encontram associados à bulimia. Entre eles podemos encontrar a uma imagem corporal distorcida, baixa autoestima e existência de estados depressivos e/ou ansiosos.
É importante ter em conta a relação da pessoa com a comida, por exemplo se come para ter algum tipo de compensação emocional.
Quais os tipos de bulimia que existem?
A bulimia pode manifestar-se em duas variantes: purgativa e não purgativa. No caso da bulimia purgativa, após os episódios de ingestão compulsiva de alimentos, a pessoa induz o vómito ou ingere laxantes de modo a evitar o ganho de peso.
Na variante não purgativa, para não aumentar de peso a pessoa tende a praticar desporto de uma forma exagerada, a fazer dietas muito rigorosas e jejuns.
Quais são as consequências da bulimia?
Por obrigar o corpo, especialmente o sistema digestivo, a um esforço constante, existem sequelas graves associadas à bulimia. Devido à indução do vómito podem surgir sintomas tais como inflamações na garganta, feridas a nível do esófago que levam ao seu sangramento, perda do esmalte dos dentes devido ao ácido do vómito e vários problemas a nível gastrointestinal. A nível cardíaco podem surgir complicações tais como arritmias e taquicardia, e o ciclo menstrual pode ser afetado com períodos de amenorreia (inexistência de menstruação).
Quando não existe um tratamento atempado deste transtorno, a sua evolução pode trazer sequelas a nível psicológico, com quadros de ansiedade e depressivos que podem, por sua vez, derivar em comportamentos aditivos, como é o abuso de substâncias como álcool e drogas. Entrar num ciclo vicioso de tentativas de perda de peso e frustração por não o conseguir vai abalar ainda mais a autoestima, pelo que é extremamente importante o seu tratamento.
Como superar a bulimia?
O tratamento da bulimia tem de começar pelo reconhecimento da existência desta perturbação. Superar este problema é possível através de terapias adequadas que podem surgir de diferentes especialidades como a psicologia, a medicina e nutrição.
Adoptar um estilo de vida saudável, reconciliar-se com o próprio corpo e tratar este transtorno desde a sua origem são passos importantes para superar a bulimia.
A quem recorrer para tratar a bulimia?
O tratamento da bulimia admite diferentes tipos de abordagem que se podem complementar entre si. Um tratamento psicológico especializado é essencial para tratar as questões relacionadas com a distorção da imagem corporal, sentimentos de culpa e ansiedade, baixa autoestima e outras questões que possam estar na génese desta perturbação, que variam de pessoa para pessoa. Por vezes, terapias de grupo revelam-se igualmente eficazes na medida em que o suporte grupal dado por pessoas na mesma situação se percebe como estruturante.
Existem outras condições físicas, sequelas da bulimia, que requerem uma avaliação e intervenção médica: problemas cardíacos, gastrointestinais, dermatológicos, entre outros.
Por fim, ter o acompanhamento de um nutricionista especializado nestas perturbações que possa dar indicações e fazer o seguimento caso a caso consoante as necessidades e objetivos da pessoa é essencial para recuperar um estilo de alimentação saudável.
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